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São João em Bananeiras acende alerta para febre do Oropouche

Tradição, beleza e saúde pública: Bananeiras vive o desafio de equilibrar festa e prevenção. Prefeitura Municipal de Bananeiras / Divulgação em redes oficiais

Durante o São João, Bananeiras se veste de festa: bandeirolas, friozinho e multidões animadas se espalham pelas ruas. Mas neste ano, outro visitante vem preocupando autoridades de saúde: o maruim, um mosquito quase invisível, transmissor da febre do Oropouche. O último boletim da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) mostra que, de janeiro a maio de 2025, o estado registrou 645 casos confirmados de febre do Oropouche. Em 2024, foram apenas 64 casos. O crescimento de mais de 900% acendeu o alerta.

Enquanto isso, os casos de dengue caíram: foram 4.431 notificações em 2025, contra 9.819 no mesmo período de 2024.

Comparativo de casos de arboviroses na Paraíba (jan–maio

Fonte dos dados: Boletins Epidemiológicos da SES-PB (Janeiro a Maio/2024 e 2025).

Por que os sintomas confundem?

Tanto a dengue quanto a febre do Oropouche causam:

  • Febre alta
  • Dor no corpo
  • Dor de cabeça
  • Prostração
  • Náusea

Mas há diferenças importantes:

A dengue pode evoluir para formas graves, com sangramentos, queda de plaquetas e até óbito.

A febre do Oropouche costuma ser autolimitada, mas pode causar meningite viral em casos raros.

Com a escassez de testes específicos para Oropouche, muitos casos são registrados como “dengue clínica não confirmada”, o que dificulta o controle da doença.

Por que Bananeiras virou alvo dos maruins?

Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial a partir de referência científica do vetor. Baseado em fotos reais disponíveis em: Fiocruz

A cidade concentra mais de 70% dos casos confirmados de febre do Oropouche na Paraíba. Isso se deve a três fatores principais:

  1. Ambiente ideal: o maruim vive bem em regiões úmidas, sombreadas e com vegetação — como as plantações de banana, comuns no entorno da cidade.
  2. Expansão urbana sobre áreas rurais: condomínios e novas construções se aproximam de matas, criando zonas de transição que favorecem a aproximação do vetor.
  3. Alta circulação de pessoas: durante o São João, milhares de turistas frequentam áreas externas à noite, expondo-se mais à picada do maruim.

Distribuição dos casos em 2025

Fonte dos dados: Boletins Epidemiológicos da SES-PB (Janeiro a Maio/2024 e 2025).

Prevenção: Dengue e Febre do Oropouche

✅ Como se proteger da dengue e da febre do Oropouche

Medida Contra Dengue Contra Oropouche
Eliminar água parada ✅ Evita Aedes aegypti ⚠️ Menos relevante, mas ainda recomendável
Uso de repelente ✅ Sim ✅ Essencial ao entardecer
Telas em portas e janelas ✅ Ajuda a conter o Aedes ✅ Também protege contra o maruim
Evitar exposição à mata ⚠️ Recomendado em regiões de surto ✅ Fundamental em áreas rurais
Buscar atendimento ✅ Febre + dor devem ser avaliados ✅ Confirmação ajuda no controle
Fonte: Saúde Alerta – Jornal da Paraíba, 2025

No São João, forró com prevenção

O São João segue bonito e animado. Mas, entre o forró e o maruim, é preciso cuidar da saúde. Nem toda febre é dengue, e nem todo mosquito é o Aedes. Com prevenção e informação, a gente garante que a festa continue segura para todo mundo.