Nesta quinta-feira (5/6), Dia Mundial do Meio Ambiente, Minas Gerais celebra quatro anos de adesão à campanha internacional Race to Zero, liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Reino Unido. O estado foi o primeiro da América Latina e do Caribe a integrar oficialmente a iniciativa, que busca zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa (GEE) até 2050.
A campanha reúne mais de 50 estados e regiões, 1.100 cidades e centenas de instituições globais, com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Minas tem se destacado por adotar medidas concretas para descarbonizar a economia, restaurar o meio ambiente, promover a transição energética e atrair investimentos sustentáveis.
A assinatura do protocolo em 2021, com a presença do governador Romeu Zema e do então embaixador britânico Peter Wilson, marcou o início de uma parceria estratégica com o Reino Unido. Desde então, a cooperação se intensificou, culminando na renovação do memorando de entendimento em 2025, ampliando ações em mineração responsável, agricultura sustentável, energias renováveis e finanças verdes. O estado também terá participação ativa na COP30, em Belém (PA).
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Ao completar quatro anos de adesão ao Race to Zero, Minas reforça seu protagonismo como referência nacional e internacional na luta contra as mudanças climáticas. “”, conclui o governador Zema.
O avanço da agenda climática em Minas é conduzido pelo Plano Estadual de Ação Climática (PLAC), lançado em 2022, que define 199 metas – 131 de mitigação e 68 de adaptação. Entre os destaques estão: zerar o desmatamento ilegal até 2028; restaurar florestas até 2050; eletrificar frotas; promover agricultura de baixo carbono e ampliar a geração de energia limpa para 18,9 gigawatts (GW) até 2050.
A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG), Marília Melo, destaca que a adesão à Race to Zero envolve todas as secretarias estaduais e conta com apoio de entidades como Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
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Para garantir transparência e efetividade, o Estado criou o sistema MRV Climático, que permite monitorar, reportar e verificar ações climáticas. A plataforma consolida dados do SEEG, indicadores de vulnerabilidade e riscos de desastres, apoiando decisões e priorizando investimentos em adaptação e transição para uma economia de baixo carbono.
Minas também lidera a geração distribuída de energia solar no Brasil, com 18% da capacidade instalada nacional, o que evita cerca de 394 mil toneladas de GEE por ano. Além disso, recebeu investimentos como a instalação de uma fábrica de veículos elétricos e baterias, com aporte de R$ 25 bilhões.
No campo, o projeto Selo Verde MG, desenvolvido com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e apoio do Reino Unido e da União Europeia, avalia a conformidade socioambiental das propriedades rurais. Segundo o sistema, 94% das propriedades mineiras não apresentam evidências de desmatamento irregular desde 2008, incluindo 99% das produtoras de café.
O compromisso mineiro com a campanha também se reflete na atuação em redes internacionais, como o Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI). Em 2024, Minas apresentou suas ferramentas de gestão climática no 3º Encontro Nacional do ICLEI, como referência para outros estados.
Está em tramitação na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei nº 723/2015, que institui a Política Estadual sobre Mudança do Clima, visando consolidar legalmente os compromissos climáticos assumidos.