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relembre quando o Inter venceu a primeira edição – LNF

A Libertadores começa neste domingo (25), com a presença de dois brasileiros: Magnus, atual campeão do torneio, e Joinville, vencedor da Supercopa Futsal deste ano. Em sua 25ª edição, o Brasil domina a lista de vencedores, com 20 troféus. O primeiro deles foi conquistado pelo Inter, em 2000.

Time no aeroporto comemorando. | Foto: Emílio Pedroso

Na época, chamado de Campeonato Sul-Americano de Clubes, o torneio era disputado pela primeira vez e reunia outras quatro equipes, além do Colorado: Vasco da Gama, Nacional-URU, San Lorenzo-ARG e Nacional-PAR. Ao todo, foram 10 partidas disputadas entre os dias 8 e 13 de fevereiro, no Rio de Janeiro.

Na primeira fase, as cinco equipes se enfrentaram em turno único. As duas melhores, Vasco e Inter, respectivamente, avançaram à final, na qual os cariocas tinham a vantagem do empate por terem feito a melhor campanha inicial.

Na busca pelo título que faltava

No fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, o Inter se destacou como uma das principais forças do futsal brasileiro, conquistando inúmeros títulos, com destaque para a Liga Nacional de Futsal e para a Copa Intercontinental, em 1996. Quatro anos depois, o time chegava na Libertadores como um clube de expressão, mas sem o mesmo destaque de anos anteriores.

Na primeira fase, o Inter terminou com a segunda colocação. Na estreia, venceu o Nacional-PAR por 4 a 3. Depois, fez 10 a 0 no Nacional-URU. Na terceira rodada, venceu o San Lorenzo por 7 a 2. Por fim, perdeu para o Vasco por 5 a 4.

Um dos titulares da equipe era Nelson Bavier, o Nelsinho, que foi presidente da Liga Gaúcha entre 2018 e 2024 e hoje atua como CEO do Vélez Camaquã. Ele destaca a qualidade do elenco da época.

— O time era muito unido. Se tinha uma união muito grande, os meninos tinham um respeito pelos atletas mais velhos, e a recíproca era verdadeira. Conseguimos então fazer uma equipe muito coesa — lembrou Nelsinho, que também foi campeão da Liga Nacional pelo clube.

Quem também estava no elenco é Luis Fernando Ortiz. Lenda do futsal brasileiro, o ex-pivô era o principal nome da equipe. Ele lembra que antes da decisão contra o Vasco, poucos acreditavam no título do Inter.

— O Vasco tinha 14 jogadores da seleção brasileira. Nós fomos como franco-atiradores, com um time de jogadores experientes, mas de meio para final de carreira, e jogadores novos que tinham despontado em equipes menores e que foram pinçados para formar esta equipe — ressalta Ortiz, que também conquistou a LNF, o Mundial e a Taça Brasil no Inter. Além disso, também foi campeão do mundo com a seleção brasileira em 1992.

Os elencos na decisão

No dia 13 de fevereiro, Vasco e Inter fizeram a final no Ginásio de São Januário, no Rio de Janeiro. Os donos da casa, treinados por Marco Moraes, iniciaram a partida com: Alexandre, Euler, André, Manoel Tobias e Índio. Durante o jogo, entraram: Alécio, Simi, Schumacher, Cacau, Micky e Marquinho.

Em função da qualidade dos jogadores do elenco, o futsal do Vasco era chamado de “Selevasco”. Entre os jogadores estava Manoel Tobias, campeão do mundo e da LNF com o Inter, e da Copa do Mundo em 1992 e 1996, com a Seleção Brasileira. Na época, o jogador recebia R$ 40 mil mensais, R$ 10 mil a menos que todo o elenco colorado, e era o principal nome do futsal no mundo.

Ainda em 2000, o Vasco seria campeão da Liga Nacional de Futsal, coroando o investimento feito pelo clube no projeto futsal.

Do lado visitante, o técnico Totonho trouxe à quadra os seguintes cinco iniciais: Ivan, Jerry, Renato, Nelsinho e Ortiz. No decorrer da partida, ainda entraram em quadra: Clemilton, Amandus, André, Marcelinho, China e Wellington.

Jornal mostra conquista da época. | Foto: GZH

A partida

Com o ginásio lotado, incluindo a presença do presidente do Vasco na época, Eurico Miranda, os donos da casa abriram o placar no começo da partida, com André. O Inter respondeu pouco tempo depois e empatou. O gol foi marcado por Ortiz.

Com o placar igualado, o Colorado foi ao ataque e teve uma das maiores atuações de sua história, na primeira etapa. Antes do intervalo, o Inter abriu 5 a 1 e foi para o vestiário com uma vantagem elástica, que fez Eurico Miranda deixar o ginásio enfurecido.

— O que me vem na cabeça é que nós fomos para o jogo no intuito de vencer, o que era difícil. Acabamos fazendo um primeiro tempo fantástico, em que saímos perdendo e viramos o jogo para 5 a 1. E nós mesmos, quando entramos no vestiário, não acreditávamos no que estava acontecendo — diz Ortiz, autor do primeiro gol. Nelsinho, Ivan (goleiro), Amandus e Clemilton marcaram os outros quatro.

Na etapa final, Renato marcou o sexto, e o Inter abriu 6 a 1. O Vasco, por sua vez, conseguiu descontar a partir de uma pressão intensa no segundo tempo. Índio, Schumacher e Manoel Tobias, duas vezes, sendo uma delas há segundos do fim da partida, fizeram os gols do time da casa. Mesmo assim, não foi o suficiente para ficar com a taça. Placar final: 6 a 5 para o Inter.

— Naquela ocasião, o mundo do futsal imaginava que o Vasco fosse ser campeão por conta do investimento que foi feito, dos atletas que ali estavam… comissão técnica… dentro da sua casa. Então, tudo conspirava a favor. E o Internacional, com a força da camisa, um grupo jovem, com referências técnicas importantes, conseguiu ser coeso. Fizemos um primeiro tempo próximo da perfeição, abrimos um placar elástico. Depois o jogo ficou parelho na segunda etapa — destaca que Nelsinho, orgulhoso. O mesmo afirmou que, após a conquista, o time foi comemorar em uma churrascaria no Rio de Janeiro.