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Pacientes com complicações após mutirão oftalmológico passam por novos procedimentos

Hospital de Clínicas de Campina Grande. Reprodução/TV Paraíba

Sete pacientes que apresentaram complicações após um mutirão de cirurgias oftalmológicas realizado no Hospital de Clínicas, em Campina Grande, foram submetidos a novos procedimentos nesta quarta-feira (21). A ação ocorreu na última quinta-feira (15) e, ao todo, 29 pessoas relataram sintomas que variaram de leves a graves.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), seis pacientes precisaram ser submetidos a cirurgias, enquanto outro passou por uma lavagem da câmara anterior do olho. Todos os procedimentos, segundo a SES, foram concluídos com sucesso.

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Atualmente, 17 pacientes permanecem internados em uma clínica credenciada pela rede estadual. Outros três também estão na unidade e avaliam se continuarão no local. Inicialmente, esses pacientes estavam sendo atendidos no Hospital Metropolitano de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa.

Ainda segundo a SES, dois pacientes que estavam hospitalizados no HELP, em Campina Grande, receberam alta médica após apresentarem quadro clínico estabilizado.

Em nota, a secretaria informou que os pacientes seguem sendo acompanhados por equipes especializadas e que uma nova reavaliação será realizada nesta quinta-feira (22).

Entenda o caso

Errta Rianny/Arquivo pessoal

Pacientes submetidos a procedimentos oftalmológicos durante um mutirão realizado no Hospital de Clínicas de Campina Grande, na última quinta-feira (15), têm relatado complicações graves, incluindo casos de infecção e até perda total da visão.

A Secretaria de Saúde da Paraíba apura o caso e admitiu que medicamentos vencidos estavam entre os que foram utilizados no mutirão, que foi realizado por uma empresa contratada.

O caso já é alvo de uma investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB). O Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) também acompanha a situação.

O Jornal da Paraíba explica, abaixo, com o que se sabe, até o momento, sobre o mutirão de procedimentos oftalmológicos, consequências na saúde dos pacientes e a investigação por parte dos órgãos competentes.

Quando e onde o mutirão aconteceu

O mutirão de procedimentos oftalmológicos aconteceu no Hospital de Clínicas de Campina Grande, unidade de saúde estadual, localizado no bairro da Prata. Os procedimentos foram feitos na quinta-feira (15), e os relatos de pacientes com complicações foram veiculados na segunda-feira (19).

Quantidade de pacientes atendidos e que apresentaram complicações

Anita Terina da Costa, de 89 anos. Adriana Costa/Arquivo pessoal

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), 64 pessoas participaram do mutirão, que foi realizado por meio de um contrato entre a pasta e a Fundação Rubens Dutra Segundo.

Na segunda (19), quatro pacientes apresentaram desconfortos, e nesta terça (20), a SES-PB atualizou esse número e pelo menos nove pacientes apresentaram desconforto persistente e baixa visão.

Nesta quarta (21), quase 29 pacientes apresentaram sintomas de leve a graves após participarem de um mutirão de procedimentos oftalmológicos em um hospital de Campina Grande na última quinta-feira (15). Desses, nove tiveram complicações graves e dois já receberam alta médica. As informações foram confirmadas pelo secretário de saúde da Paraíba, Ari Reis.

Medicamentos vencidos foram utilizados no mutirão, aponta SES-PB

Parte dos medicamentos usados no mutirão oftalmológico que aconteceu no Hospital de Clínicas em Campina Grande, estava vencida. A informação foi confirmada nesta terça-feira (20) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), após pacientes que passaram por procedimentos no mutirão relatarem infecção e perda de visão.

De acordo com a SES-PB, ao menos 6 dos 30 frascos da medicação utilizada estavam vencidos e abertos. Há indícios de que os medicamentos vencidos foram usados no mutirão de procedimentos oftalmológicos realizado na última quinta-feira (15).

Segundo a SES-PB, o contrato com a empresa foi rompido após a repercussão do caso.

A secretaria ressaltou que os profissionais e o fornecimento de materiais utilizados durante o procedimento são de “responsabilidade exclusiva da empresa”. À TV Paraíba, o presidente da Fundação Rubens Dutra Segundo disse que acompanha as investigações e confirmou que os medicamentos e profissionais envolvidos possuem ligação com a fundação.

Rubens Dutra também afirmou que mais de 20 pacientes apresentaram sintomas após os procedimentos, explicou que presta assistência a eles desde o sábado (17) e disse acreditar que uma possível aplicação de medicação vencida não ocasionaria as reações apresentadas. A fundação destinou uma equipe para investigar as causas das infecções e deve divulgar até a próxima quinta-feira (22) o resultado.

Processos administrativos, éticos e criminais foram instaurados pela SES-PB para apurar as condutas dos envolvidos. Os pacientes afetados estão recebendo acompanhamento e avaliação médica, ainda segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES).