A prefeitura do Conde decretou situação de emergência pelo período de 180 dias, após uma barreira deslizar e pelo menos 10 famílias ficarem desabrigadas.
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De acordo com o chefe de gabinete do Conde, Sérgio Henrique, a prefeitura também tenta junto ao governo do estado e ao governo federal ações que possam garantir a segurança dessas famílias a longo prazo.
A barreira que desmoronou após as chuvas na região fica localizada na Rua dos Pescadores e fez com que 33 pessoas precisas de assistência. Dentre os 33 moradores atendidos, 13 foram mobilizados para abrigos ou para casas de parentes, mas 20 continuam no local. Segundo o chefe de gabinete do Conde, um comitê de crise foi criado para analisar a situação das famílias.
“Nós estamos trabalhando em contato com as famílias para garantir a segurança à vida e também a segurança patrimonial. Temos catalogadas todas as famílias que estão em situação de risco e oferecemos a elas um abrigo seco, seguro e limpo para que elas possam ir durante esse período”, afirmou Sérgio.
Famílias afetadas por deslizamento no Conde
Parte da barreira que desmoronou no último final de semana invadiu a casa de Joana, que mora em Jacumã há dois anos e relata que a chuva dos últimos dias tem simbolizado noites de medo e preocupação de que uma nova enxurrada entre em sua casa.
“Eu peguei os meninos e fui para fora. [Tem] perigo para os meninos”, disse ela, que é mãe de cinco filhos.
De acordo com o secretário do Meio Ambiente do Conde, 20 dias antes do início das chuvas, uma vistoria na área detectou sinais instabilidade, pontos críticos e riscos de desmoronamento.
“A gente já tinha um relatório prévio sobre o que poderia acontecer aqui. Com essas fortes chuvas, o solo está encharcado e diante da área geológica que temos, não tem como fazer uma intervenção imediata, porque o custo é muito alto e o risco para as casas e as famílias que estão em cima também é alto”, explica Sérgio Henrique.
Ainda que o decreto tenha firmado uma situação de emergência para os próximos 180 dias, ainda há moradores que se recusam a deixar seus lares, mesmo sob o risco de desmoronamento. O agente de saúde Jasiberto do Nascimento é um deles, que vê em sua casa localizada em cima da barreira um símbolo de toda uma vida.
“Eu recém casado juntei um trocado e comprei um pedacinho de terreno. Fui construindo minha casa aos poucos, onde vivi minha vida toda e até hoje tô por ali. Mas quando a gente [ele e a esposa] veio morar aqui, não era assim não”, explica ele.
Segundo Jasiberto, ofertas para que ele fosse realocado em outro lugar já foram feitas, mas nunca foram adiante. Agora, com a situação das chuvas, ele e a família se veem prejudicados e sem opções.
“A gente fica sim com medo, porque nesse período de chuva ninguém sabe como é que vai ser. Do jeito que as barreiras estão caindo, a gente não consegue nem dormir direito. A gente fica naquela expectativa, é um sono aqui e um olho na barreira, porque a qualquer momento pode deslizar um pedaço da barreira e querer levar nossas casas”
Possíveis soluções para situação de emergência no Conde
Um relatório em conjunto com a Defesa Civil municipal está sendo elaborado para ser enviado à Defesa Civil nacional. Com a previsão de mais chuvas para os próximos dias, o trabalho agora é de caráter emergencial
“A gente solicitou um recurso federal emergencial para começar a construção de um muro de contenção. Esse recurso, a gente estima, deve sair nos próximos 60 dias. A gente também fez a aquisição de 2 mil metros de lona para colocar aqui, estamos só aguardando o solo ficar em condições para que a Defesa Civil libere para a gente fazer a colocação da lona”, explicou o chefe de gabinete do Conde.