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Pesquisadores do NEABI-IFSP embarcam para Missão Institucional em Moçambique

Grupo de 17 pesquisadores negros do IFSP inicia atividades de imersão formativa em parceria com universidades moçambicanas

Em 9 de setembro, um grupo de pesquisadores negros do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) embarcou para Moçambique, iniciando uma missão institucional que visa desenvolver atividades de imersão formativa em colaboração com diversas universidades moçambicanas. As atividades serão realizadas nas Universidades de Pùnguè e de Chimoio, na região Norte do país, além da Universidade Pedagógica de Maputo e da Universidade Wutivi, na região de Maputo. Essa ação faz parte do projeto AFROIF articulando-saberes Neabi/IFSP e Moçambique, previsto pelo Edital n.º 57/2024.

A missão é inovadora, pois fortalece o diálogo Sul-Sul e aproveita a vasta experiência do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do IFSP no estudo das Relações Étnico-Raciais. “Essa missão institucional marca a história do IFSP a partir do Neabi, uma vez que consolida a trajetória desse núcleo criado há nove anos com o principal objetivo de promover uma educação antirracista”, afirma Caroline Jango, membra-fundadora do Neabi e diretora-geral do Campus Hortolândia.Os pesquisadores terão a oportunidade de visitar escolas básicas, conversar com grupos locais e participar de formações e diálogos com estudantes e profissionais de educação nas universidades moçambicanas. O grupo é formado por 17 pesquisadores de 15 campi do IFSP, como Tatiane Helena Borges de Salles (Campinas), Lorena Faria (Capivari), Cristiane Santana (Guarulhos); Caroline Jango (Hortolândia) Huyrá Araújo (Hortolândia); Thiago Costa (Itaquaquecetuba); Jomar Borges Jacareí; Cristian Moura (Jundiaí), Valquíria Tenório (Matão), Patrícia Nunes (Presidente Prudente), Isabel Côrrea (Reitoria), Andréa Libório (Registro), Leonardo Borges (Salto), Andreia Fidelis (São José do Rio Preto), Giselly Barros (São Paulo), José Francisco (São Paulo), Rodrigo Umbelino (São Roque), representando 15 campi na missão institucional de intercâmbio com Moçambique.Os pesquisadores estarão em dois grupos, sendo que o primeiro tem como período de missão o período de 9 a 24 de setembro, e o segundo grupo permanecerá entre os dias 14 e 29 de setembro. Haverá convergência de agenda dos dois grupos entre 16 e 23 de setembro em Chimoio e Maputo. O projeto foi possível graças aos esforços conjuntos da Reitoria do IFSP e do professor Adelino Oliveira, que apresentou a iniciativa à deputada federal Luiza Erundina. Ela apoiou prontamente o projeto, destinando uma emenda parlamentar para sua viabilização. “A reitoria não mediu esforços, seja pela Pró-Reitoria de Administração, na operacionalização dos recursos, seja pela Arinter, no apoio à missão”, destacou o reitor Silmário Batista dos Santos.A professora Giselly Barros Rodrigues destaca a importância da iniciativa para uma academia mais inclusiva e antirracista, “A troca de experiências e conhecimentos em Moçambique será, sem dúvida, uma oportunidade única para promover inovações nos campos de estudo das relações étnico-raciais.”Para o professor José Francisco Ferreira de Oliveira, do Campus São Paulo, a imersão é um “início do resgate de nossa memória destruída, apagada, ceifada pela classe dominante brasileira. Reconstituição do nosso elo com o continente africano, retorno dos laços com a nossa ancestralidade.” O professor Adelino Oliveira celebra a abertura de novas oportunidades de ensino, pesquisa e extensão no IFSP: “O projeto AfroIF Articulando Saberes contempla a viva esperança, tanto para o Instituto Federal de São Paulo quanto para as universidades parceiras de Moçambique, de abertura de um campo novo, tomado por múltiplas possibilidades de ensino, pesquisa e extensão.”Essa missão institucional não só fortalece as experiências e conhecimentos do IFSP e do Neabi, mas também proporciona uma experiência formativa fenomenal, promovendo uma melhor compreensão das origens e da identidade cultural dos envolvidos. “Oxalá que o Projeto AfroIF seja um tempo propício, privilegiado – Zamani – para celebrar o reencontro com a mãe África!”, concluiu o professor Adelino Oliveira.