O futebol é uma paixão nacional que une milhões de brasileiros de diferentes origens, culturas e identidades. No entanto, nem todos se sentem representados ou acolhidos nesse universo, que muitas vezes reproduz preconceitos e discriminações contra pessoas que fogem dos padrões dominantes. Por isso, o futebol inclusivo surge como uma forma de promover a diversidade e a equidade no esporte, garantindo que todos possam participar e se expressar livremente, independentemente de suas características ou condições.
Mas o que é o futebol inclusivo? Segundo o Museu do Futebol, é “uma modalidade que busca adaptar as regras e os espaços do jogo para atender às necessidades específicas de cada pessoa, respeitando suas diferenças e potencialidades”. O futebol inclusivo abrange diversas categorias, como o futebol para pessoas com deficiência física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla, o futebol para pessoas LGBTQIAP+, o futebol para pessoas idosas, o futebol para pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre outras.
Em São Paulo, o futebol inclusivo vem ganhando cada vez mais espaço e visibilidade, graças ao trabalho de diversas organizações, clubes e iniciativas que buscam ampliar o acesso e a participação de pessoas que historicamente foram excluídas ou marginalizadas no esporte. Alguns exemplos são:
- A Casa 1, uma organização que acolhe jovens LGBTQIAP+ expulsos de casa, realizou em novembro de 2021 o 1º Jogos LGBTQIAP+, um torneio que reuniu mais de 40 equipes de futebol, futsal e vôlei, com o objetivo de promover a inclusão, a integração social, o respeito à igualdade de direitos e a convivência com a diversidade de gênero. Embora não tenha sido possível fazer uma aposta desportiva neste evento, foi uma grande conquista no cenário esportivo internacional.
- A Genial Care, uma plataforma que conecta cuidadores especializados a pessoas com deficiência ou idosas, divulgou em seu blog um artigo sobre as torcidas autistas, grupos de fãs que criam ambientes acolhedores e acessíveis para torcedores autistas e outras pessoas neurodiversas, por meio de iniciativas educacionais, conscientização e adaptações sensoriais nos estádios.
- O Guiaderodas, um aplicativo que avalia e compartilha informações sobre a acessibilidade de locais públicos e privados, publicou em seu site um texto sobre o futebol para pessoas com deficiência física, explicando as adaptações da modalidade para diferentes tipos de deficiência, como amputação, paralisia cerebral ou lesão medular.
Esses são apenas alguns exemplos de como o futebol inclusivo vem avançando na diversidade e equidade no esporte em São Paulo. Essas iniciativas mostram que o futebol pode ser um instrumento de transformação social, capaz de romper barreiras, combater estigmas e valorizar as diferenças. O futebol inclusivo é um direito de todos e uma conquista de muitos.